SARCOMA DE ESCÁPULA E TRATAMENTO COM CIRURGIA DE BERGER: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
Abstract
O sarcoma de escápula refere-se a um tipo de neoplasia com etiologia desconhecida, tratando-se de uma doença rara com gênese hematopoiética. Além disso, o tumor possui rápida metástase, disseminando para regiões adjacentes e, posteriormente, evoluindo para doenças extranodais, apresentando sinais e sintomas inespecíficos, como: astenia, cefaléia e anorexia. O tratamento para tal disfunção consiste em combinações terapêuticas de radioterapia e quimioterapia, associadas à cirurgia em casos extremos. Como supracitado, o sarcoma de escápula é um tumor agressivo, necessitando de rápida intervenção e, à vista disso, surge a Cirurgia de Berger, que consiste em uma amputação interescapulotorácica. No entanto, essa alternativa é aplicada quando tratamentos conservadores não apresentam efeitos, já que o manejo cirúrgico propicia ao paciente danos físicos irreversíveis. Dessa forma, o presente resumo possui como objetivo principal expor de forma clara e sucinta o tratamento para a neoplasia evidenciada por meio da Cirurgia de Berger, apresentando o ônus e bônus da amputação interescapulotorácica. Ademais, esse estudo se justifica pela repercussão clínica agregada, além de explicitar uma técnica eficiente e pouco conhecida por leigos. Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sistemática de caráter acadêmico, secundário, transversal e observacional. Realizou-se análise de artigos e relatos de caso, os quais foram obtidos através dos bancos de dados: PubMed e SciELO. Desses, foram encontrados 13 artigos relacionados ao tema, excluídos 8 que não se enquadram ao assunto, e utilizados efetivamente 5 estudos. Os descritores aplicados foram: Sarcoma, Escápula, “Cirurgia de Berger” e “tratamento”. Quando os tratamentos mais conservadores não alcançam os resultados esperados, indica-se um tratamento cirúrgico de escolha. Para alguns pacientes com doença neoplásica em membro superior, os tratamentos cirúrgicos mais recomendados, embora severos, são: a Cirurgia de Berger (desarticulação interescapulotorácica) ou a desarticulação escápulo-umeral. Ambos apresentam funcionalidade semelhante e prognóstico favorável, quando identificada a localidade da doença, porém, a desarticulação escápulo-umeral apresenta um resultado esteticamente melhor e com baixo índice de dor fantasma. A Cirurgia de Berger, por mais extensa que seja sua amputação, é recomendada como alternativa de melhor prognóstico, sobretudo nos casos em que as cirurgias preservadoras, por exemplo, como as do tipo Tikhoff-Linberg oferecem maior risco de surgimentos de focos metastáticos posteriores. A desarticulação escápulo-umeral também é uma alternativa cirúrgica de satisfatório prognóstico, porém, menos abrangente. A escolha da abordagem operatória deve ser avaliada pela extensão da lesão e sua relação com feixes neurovasculares. O tratamento do sarcoma de escápula, portanto, apresenta um prognóstico mais satisfatório quando conduzido através de combinações terapêuticas de radioterapia e quimioterapia, associadas à Cirurgia de Berger, se comparado ao tratamento associado a procedimentos cirúrgicos conservadores, que, apesar de terem vantagens preservadoras, apresentam menores índices de remissão da doença.