MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E RISCOS DURANTE O CLIMATÉRIO EM MULHERES OBESAS E MAGRAS
Abstract
No cenário científico e profissional que se insere a Ginecologia e Obstetrícia, o Climatério é um marcante período da fisiologia feminina que se inicia desde os primeiros sinais de falha ovariana, mesmo que ainda com a regularidade dos ciclos menstruais até a senectude. Neste contexto, a individualidade de cada mulher durante esta fase é digna de um olhar mais atencioso do especialista. Ademais, as alterações hormonais nos níveis séricos de estrogênio se torna o principal protagonista do climatério, uma vez que sua produção se torna desprezível pelos ovários, constituindo-se mecanismo principal responsável por boa parte das manifestações clínicas, especialmente os fogachos, a irregularidade menstrual, a osteoporose e alterações genitourinárias. Embora ocorra o fenômeno da falha ovariana, existem níveis mensuráveis de estrogênio, especialmente a estrona, sendo produzidos pela conversão periférica de androgênios, majoritariamente no tecido adiposo. Ou seja, a diferença de gordura corporal entre as mulheres é um fator primordial que influencia a presença, a extensão dos sintomas e inclusive dos riscos durante o climatério. Assim, este projeto tem como objetivo difundir o conhecimento teórico acerca dos cuidados que médicos precisam praticar durante o dia a dia da profissão para oferecer melhor cuidado, garantindo melhores prognósticos e qualidade de vida para todas as pacientes. Segundo estudos mais de 50% da população adulta brasileira possui excesso de peso, sendo este o fator de risco mais importante para o desenvolvimento de câncer de endométrio, o 3º tipo de câncer ginecológico mais comum no Brasil que ocorre 75% dos casos em mulheres acima dos 50 anos, coincidindo com o período da vida em que acontece o climatério. Por outro lado, mulheres magras, estão sujeitas à um maior risco de desenvolver sintomas vasomotores, atróficos e osteoporose, pois é a falta do estrogênio que induz a reabsorção óssea, estimando-se que ocorra uma exacerbação da perda para 5%/ano de massa óssea nesse período, o que faz jus ao conhecimento médico em abordar esse tema em sua plenitude para a saúde da mulher. A metodologia utilizada é a revisão bibliográfica por meio de uma análise qualitativa dos dados presentes em artigos dos últimos 5 anos, publicados na base MEDLINE, PubMed e Scielo. Por fim, fica evidente que as mulheres com obesidade que estão no período do climatério possuem menor gama de sintomas, como os fogachos e o atrofia urogenital devido a aromatização periférica do estrogênio em uma forma biologicamente menos ativa, a estrona, e sem a contraposição da progesterona podem desenvolver mais facilmente o câncer de endométrio, devido a exposição prolongada ao estrogênio. Por esse motivo, muitas mulheres deixam de procurar assistência médica, constituindo um enorme risco de saúde pública. Todavia, mulheres magras, apresentam mais queixas vasomotoras e atróficas, além de possuir mais risco de desenvolver fraturas osteoporóticas. Sendo assim, o conhecimento amplo sobre a diversidade de manifestações clínicas acerca do climatério é de suma importância para o manejo destas pacientes.