ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS DECORRENTES DA INFECÇÃO PELO NOVO CORONAVÍRUS
Abstract
É cientificamente estabelecido que o principal sítio de infecção do Sars-Cov-2 (coronavírus da síndrome respiratória aguda grave-2) é o sistema respiratório, sistema no qual os sintomas mais comuns são evidenciados, porém a COVID-19 também se manifesta de forma multissistêmica, com evidências clínicas cardiovasculares, gastrointestinais, renais e hematológicas. As alterações hematológicas são características da doença, apresentando alto valor cientifico, importantes de serem estudadas e compreendidas tanto no diagnostico quanto no quadro de recuperação. Objetiva-se com este artigo analisar as alterações hematológicas relatadas em pacientes infectados com o novo coronavírus por meio de uma revisão integrativa da literatura científica, a fim de fornecer informações adequadas ao planejamento clínico e possibilitar análise da progressão da doença. Observa-se que a COVID-19 se manifesta no sistema hematopoiético, estando relacionada à hipercoagubilidade e linfopenia, determinando a gravidade do estado do paciente e seu prognóstico. Alterações comuns nos hemogramas são linfopenia, neutrofilia, plaquetopenia e leucocitose. Nas infecções agudas o impacto recai fortemente no sistema imunológico, resultando em valores aumentados no fator de necrose e da interleucina 8 (IL-8), favorecendo um quadro inflamatório, e a redução dos linfócitos TCD4 e TCD8, tornando o organismo suscetível à outras infecções e piorando o quadro clinico, podendo resultar em óbito. Assim podemos concluir que é importante a realização de uma avaliação contínua dos parâmetros hematológicos nos pacientes com COVID-19 para monitoramento da evolução da doença, para determinar o prognóstico e possibilitar a execução das intervenções clinicas necessárias.