COMPULSÃO ALIMENTAR PERIÓDICA E O ESTRESSE PERCEBIDO EM ADULTOS
Abstract
Um episódio de compulsão alimentar se caracteriza por um consumo de uma grande quantidade de alimentos, em um período determinado, associado a falta de controle sobre o que e quanto se come. A gênese do Transtorno de Compulsão Alimentar Periódico (TCAP) envolve diversos fatores, e o estresse vem ganhando destaque como um gatilho. O estresse crônico, leva a liberação de hormônios que podem ser responsáveis pelo comportamento de comer excessivamente, por aumentarem o apetite e a busca por alimentos palatáveis, que geram uma sensação de conforto. Considerando essa relação entre o estresse e o desenvolvimento de Transtornos Alimentares (TA), o presente trabalho apresenta uma análise entre o estresse percebido e o TCAP, com o objetivo de investigar a relação entre a compulsão alimentar e o estresse percebido em indivíduos adultos. Foi realizado um estudo transversal com pessoas de 18 a 59 anos, utilizando como instrumento de coleta de dados a Escala de estresse Percebido (PSS-10 e a Escala de Compulsão Alimentar Periódica (ECAP), além de perguntas pessoais. O questionário contendo todas as perguntas foi enviado para os participantes por meio das redes sociais. Responderam ao questionário 111 pessoas, sendo 91 (82%) do sexo feminino e 20 (18%) do sexo masculino, com idade média de 30,15 anos e média de IMC 25,86 kg/m² (sobrepeso). Com a ECAP, foi encontrado que 85 (76,6%) dos participantes tinham ausência de CAP e 26 (23,4%) apresentaram CAP, sendo que, desses, 20 (18%) foram classificados como tendo CAP moderada e 6 (5,4%) apresentaram CAP grave. Na aplicação da PSS-10 foram obtidos escores que variam de 6 a 37, a média dos escores foi de 21,02 pontos. Com a classificação em grupos dos participantes pela pontuação da PSS-10, foi encontrado as seguintes pontuações e frequências: grupo de menor estresse: 1º tercil – 6 a 18 pontos (35,1%), grupo intermediário: 2º tercil – 19 a 23 pontos (31,5%) e grupo de maior estresse: 3º tercil 24 a 37 pontos (33,3%). Com os resultados obtidos pode-se observar a relação do estresse com o desenvolvimento de CAP, visto que, os indivíduos que apresentaram maior nível de estresse, também apresentaram maiores pontuações para CAP.