A PSICOPATOLOGIZAÇÃO DA VIDA COTIDIANA NA INFÂNCIA
Abstract
Em busca de uma verificação das possibilidades de psicopatologização da vida cotidiana na infância, o presente estudo propõe uma reflexão sobre o reducionismo biológico do sofrimento psíquico herdado do modelo biomédico, que como resposta cataloga e prescreve o uso de fármacos indiscriminadamente. Fundamenta-se este artigo em pesquisa qualitativa através de uma cautelosa investigação buscando evocar conceitos, fatos e consequências sobre a psicopatologização da vida cotidiana da infância.Os dados bibliográficos sobre a evolução da infância, o surgimento do fenômeno da patologização e medicalização atrelado ao cenário contemporâneo da saúde mental infantil levam a percepção de atitudes de delegação de responsabilidade ao invés de oferecer cuidados. Consultar especialistas é, por certo, uma prudente ação, no entanto isentar-se quanto a uma cuidadosa ponderação sobre o enquadramento clínico dado ao problema e sobre as medidas terapêuticas recomendadas, seria irresponsabilidade.