VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHER COMO PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
Abstract
É considerada violência sexual qualquer tipo de atividade sexual realizada sem consentimento. Qualquer ação na qual uma pessoa, valendo-se de sua posição de poder e fazendo uso de força física, coerção, intimidação ou influência psicológica, obriga outra pessoa a ter, presenciar, ou participar de alguma maneira de interações sexuais. Acomete principalmente as mulheres dentro do espaço doméstico. Sendo considerado um problema de saúde pública nas últimas décadas, o presente trabalho tem por objetivo descrever o perfil clínico-epidemiológico de mulheres determinando características biológicas e sócio demográficas, tipos de violência sexual e existência de gravidez. O estupro aparece como a principal violência sexual no Rio de Janeiro. O perfil mais prevalente de vítimas são as adolescentes e as mulheres mais jovens, 44,8% dos autores deste delito são pessoas muito próximas às vítimas (companheiros, ex companheiros, pais, padrastos, parentes, conhecidos). O local de maior incidência dos casos de estupro de mulheres foi o interior de sua residência. O atendimento emergencial, nas primeiras 72 horas após a violência, tem por objetivo acolhimento e administração de anticoncepção de emergência e a profilaxia para as DST, doenças virais e bacterianas. A gravidez ocorre em maior proporção para as que não acessaram o serviço de saúde e não receberam a contracepção de emergência, as que sofreram violência de repetição e para as adolescentes de 10 a 14 anos. Faz parte então do atendimento realizado pelo profissional de saúde identificar a violência, realizar as profilaxias, tratar os agravos resultantes desta, acompanhar pelo menos até seis meses da ocorrência, encaminhar para a rede inter setorial de acordo com a necessidade e notificar a violência.