DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA: TERAPIA NUTRICIONAL E A INTERFACE COM A DESNUTRIÇÃO

Abstract

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) caracterizada pela obstrução crônica do fluxo aéreo, geralmente progressiva, não totalmente reversível é considerada uma causa importante de morbidade e mortalidade no mundo; ademais é associada à resposta inflamatória crônica exacerbada das vias aéreas e pulmões, pela exposição a partículas ou gases nocivos; onde a destruição do tecido alveolar reduz a área de superfície para as trocas gasosas e causa perda das fibras elásticas acarretando um colapso das vias aéreas. Em vista disso, os sinais e sintomas mais comuns são dispneia, tosse e expectoração. Assim, o diagnóstico da DPOC é confirmado pelo teste de função pulmonar, sendo o principal fator de risco para seu desenvolvimento o tabagismo. Salienta-se que a desnutrição é uma das principais consequências da DPOC e se dá por perda de massa magra acompanhada por perda de peso; essa depleção muscular é multifatorial. O objetivo principal desta revisão sistemática de literatura é elucidar estratégias que podem ser utilizadas visando um aporte nutricional adequado e melhor prognóstico aos portadores da DPOC, além de analisar a prevalência da desnutrição energética proteica nos mesmos. A doença pulmonar obstrutiva crônica foi responsável por óbitos de 3 milhões de pessoas em 2016. Além disso, ela se encontra entre as 10 principais causas de morte do mundo, estando atrás apenas da cardiopatia isquêmica e do acidente vascular cerebral (AVC). Em vista disso, é de suma importância à realização desse trabalho em detrimento dos dados expostos, a respeito da DPOC, de modo a recolher informações sobre aspectos gerais da doença, a importância da terapia nutricional para melhora no estado nutricional, levando em consideração a conexão da mesma com a desnutrição. Utilizou-se um método de revisão sistemática da literatura que obteve como base 138 artigos nacionais e internacionais dos anos 2016 até 2021; e livros especializados em terapia nutricional. Em conclusão demonstrou-se a prevalência da desnutrição energética proteica em alta proporção em pacientes com DPOC, onde a mesma é responsável por piores prognósticos e até por óbitos. Isto posto, faz-se imprescindível o manejo da desnutrição com intervenção nutricional adequada de forma individual, utilizando proporções adequadas de calorias, distribuídas em proteína (15% a 20%), lipídio (30% a 45%) e carboidrato (40% a 60%), para manter um quociente respiratório (QR) satisfatório, reduzindo o empenho dos pulmões para eliminar dióxido de carbono (CO2), levando a uma melhoria da função muscular respiratória, do estado nutricional e da função imunológica dos pacientes portadores de DPOC.