ANSIEDADE: O GERADOR DE PATOLOGIAS NEGLIGENCIADO

Abstract

A ansiedade é a síndrome psiquiátrica mais comum, sendo um problema que, muitas vezes, é negligenciado por causa de uma crença errônea de que é inócua. Entretanto, a ansiedade, bem como o estresse crônico, são extremamente nocivos, não só para o bem-estar mental, mas também para a parte biológica e repercute com processos patológicos. Essa síndrome, assim como outros transtornos mentais, possuem uma íntima relação com o contexto de estresse em que os indivíduos estão inseridos. O objetivo do estudo é analisar a influência da ansiedade no desenvolvimento de patologias. Nesse contexto, o presente trabalho justifica-se pela busca em aperfeiçoamento científico dos autores em relação às síndromes psiquiátricas. Além disso, é importante frisar que a negligência em relação à saúde mental é extremamente danosa, pois o cuidado deve considerar todas as dimensões da existência humana para que o indivíduo atinja um completo estado de bem-estar físico, mental e social. Nessa perspectiva, os problemas de saúde mental, como ansiedade e estresse, muitas vezes, não recebem a devida atenção. Entretanto, ambos possuem um potencial altamente nocivo e estão relacionados com processos fisiopatológicos, como o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, neoplasias, distúrbios metabólicos e depressão do sistema imunológico. O presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo exploratória, através de análise e síntese de trabalhos que correlacionam a síndrome ansiosa com o adoecimento. Para alcançar os objetivos foram seguidas algumas etapas, como seleção das questões norteadoras e a busca de literaturas nas principais bases de dados eletrônicas, como SciELO, PubMed e Google Acadêmico. Além disso, foram estabelecidos como critério de inclusão artigos que possuíam os seguintes termos: ansiedade, cortisol, doenças psicossomáticas, estresse, saúde mental e síndrome ansiosa. E como critério de exclusão trabalhos sem uma metodologia clara e artigos que não eram possíveis acessar as publicações completas. Alguns estudos reportam que a ansiedade crônica pode gerar alterações fisiológicas, como por exemplo o excesso de cortisol, considerado o hormônio do estresse, o qual é capaz de deprimir o sistema imunológico e tornar o indivíduo mais suscetível a adoecer. Além disso, os níveis elevados desse hormônio também estão relacionados ao surgimento de dores musculares, alterações de sono e queda de cabelo. Outros, descrevem que o excesso de cortisol pode favorecer o desenvolvimento de câncer, pois as células do corpo humano possuem receptores NR3C1, também chamados de receptores de glicocorticoide (GR), os quais são capazes de gerar alterações a nível de DNA e, por conseguinte, aumentam a probabilidade de mutações na expressão gênica, favorecendo o surgimento de células tumorais. Ademais, sabe-se que a ansiedade também estimula a ativação do sistema nervoso autônomo simpático, o qual pode elevar a pressão arterial e, quando de forma crônica, propicia o desenvolvimento de cardiopatias. Infere-se, através da literatura, que a saúde mental pode influenciar de forma significativa no bem-estar dos indivíduos e possui mecanismos fisiológicos que propiciam, de forma direta ou indireta, o desenvolvimento de diversas patologias potencialmente graves e, consequentemente, não deve ser negligenciada.