CONCUSSÕES EM ESPORTE DE CONTATO: CONSEQUÊNCIAS NEUROFISIOLÓGICAS EM LONGO PRAZO

  • Diogo de Souza Vargas
  • Larissa Castro dos Reis
  • Miriana Figueiredo Pereira Paiva
  • Murillo José Silva Martins
  • Rafaela Sechim Moreira

Abstract

Definida como uma lesão cerebral, e sendo um subtipo de traumatismo craniano, a concussão (“concutere”: abalar bruscamente) é frequente em práticas de esportes de contato, como: futebol, boxe e rugby. Diante deste evento, modificações neurofisiológicas podem ocorrer em longo prazo – semanas após o evento lesivo, resultando na Síndrome da Pós-Concussão, expressando alterações mentais (ansiedade e depressão), fisiopatológicas (enxaquecas, disfunções visuais e dores crônicas), e comprometimento cognitivo, podendo até mesmo impossibilitar o atleta de retornar às atividades rotineiras, por gerar déficits de aprendizagem e físicos permanentes. Este trabalho objetiva expor os impactos funcionais gerados por meio da concussão em atletas de esporte de contato, ressaltando os possíveis envolvimentos neurofisiológicos. Para tanto, consiste de uma pesquisa a partir da revisão bibliográfica, de cunho observacional, utilizando como base de dados SciELO e PubMed, limitado ao período de 2014 a 2022. Utilizando como descritores “concussão”, “esporte”, “trauma”, “sequelas” e “fisiopatologia”, 53 artigos foram pré-selecionados, sendo 30 no SciELO e 23 no PubMed, dos quais apenas 05 tiveram estrita correlação com o tema e contribuíram efetivamente para o estudo proposto. Observou-se indefinição na fisiopatologia da concussão, mas que seus sinais e sintomas podem decorrer de disfunções microestruturais, tendo como consequência danos metabólicos e fisiológicos do cérebro que sofre abalos bruscos e consecutivos. Ao afetar o Sistema Nervoso Autônomo, modifica-se a homeostasia, o que pode ter como consequência danos sistêmicos ao indivíduo. Outrossim, foi comprovado por meio de exames de imagem que danos causados por impacto na coluna cervical superior é capaz de provocar lesões nos neurônios do Tronco Cerebral, ainda que não se tenha uma correlação direta com o trauma. Portanto, conclui-se que as concussões podem interferir nas funções sistêmicas, tornando um dificultador do tratamento os sintomas subjetivos e inespecíficos. Ademais, para fins de diagnóstico imediato, carece de uma avaliação que atente para os possíveis comprometimentos nos sistemas visual, vestibular e na região cervical. Ainda que se preservem tais sistemas, e mesmo garantindo o retorno do atleta para as suas atividades habituais, não se descarta a proservação do caso, bem como a necessidade de futuras intervenções terapêuticas, podendo reduzir a ocorrência e os agravos da Síndrome Pós-concussão.

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Published
2022-11-17
How to Cite
de Souza VargasD., Castro dos ReisL., Figueiredo Pereira PaivaM., José Silva MartinsM., & Sechim MoreiraR. (2022). CONCUSSÕES EM ESPORTE DE CONTATO: CONSEQUÊNCIAS NEUROFISIOLÓGICAS EM LONGO PRAZO. Revista Interdisciplinar Pensamento Científico, 7(3). Retrieved from http://reinpec.cc/index.php/reinpec/article/view/946