RELATO DE CASO LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA DO TIPO CUTÂNEA DIAGNOSTICADO NA CLÍNICA ESCOLA CACI UNIREDENTOR/AFYA - ITAPERUNA, RIO DE JANEIRO.

Abstract

Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Estado do Rio de Janeiro, o município de Itaperuna registrou entre 2010 e 2020, 19 casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA). A Leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença parasitária da pele e das mucosas, causada por protozoários do gênero Leishmania. A transmissão vetorial é caracterizada por meio da picada do flebotomíneo fêmea, do gênero Lutzomyia, conhecidos como mosquito palha, sendo que os possíveis reservatórios naturais são os roedores, os marsupiais e os canídeos. A forma cutânea da LTA é marcada por lesão ulcerada, de aspecto emoldurado, com bordas elevadas e bem delimitadas, fundo hiperemiado e presença de tecido granulomatoso. A LTA é considerada um problema de saúde pública negligenciada e estigmatizante, comprometendo a capacidade produtiva e a interação social do paciente. Utilizou-se como metodologia para a elaboração deste relato as informações do prontuário médico obtido na Clínica Escola do Centro Universitário Redentor/Afya, Itaperuna - RJ. Além de buscas na plataforma PubMed e na plataforma BVS do Ministério da Saúde, na qual utilizou-se os descritores “Cutaneous Leishmaniasis” AND “Rio de Janeiro”, "Leishmaniose Tegumentar Americana”. Adicionalmente, foram utilizados dados epidemiológicos do SINAN NET do Ministério da Saúde. O paciente B.F.G., 77, morador do bairro do Niterói - Itaperuna - RJ, compareceu, acompanhado da esposa, a Clínica Escola do Centro Universitário Redentor/Afya em fevereiro de 2022, evidenciando lesão cutânea única ulcerada, de fundo hiperemiado e granulomatoso, com bordas regulares, elevadas e com padrão emoldurado de evolução progressiva e indolor em região proximal de membro inferior esquerdo. Refere início da lesão há 5 meses, sincrônico ao aparecimento de um animal de rua com lesões semelhantes às dele. Conforme a análise clínica da lesão e a história social do paciente, foi solicitado a biopsia intralesional para confirmar a hipótese diagnóstica de leishmaniose tegumentar americana. O diagnóstico laboratorial histopatológico constatou a presença de células gigantocitárias, além de evidenciar infiltrado agudo e crônico, que associado a clínica do paciente confirma a hipótese diagnóstica de Leishmaniose Tegumentar Americana do tipo Cutânea, descartando outras hipóteses diagnósticas, tal qual a de vasculite. Diante disso, o paciente foi encaminhado para o centro responsável de tratamento do município de Itaperuna, no qual foi hospitalizado e iniciou tratamento com glucantime endovenoso com duração de 20 dias. Mediante ao que foi apresentado e sabendo que a LTA é uma doença tropical negligenciada que compromete as capacidades individuais e sociais do indivíduo, tal qual se qualifica como um problema de saúde pública. À vista disso, é necessário que a população tenha o conhecimento sobre a Leishmaniose Tegumentar Americana, para auxiliar no controle do vetor, e em consequência, que o diagnóstico ocorra de forma precoce com o objetivo de que o tratamento ocorra de forma segura e com eficácia.