USO DE ANTICONCEPCCIONAL COMBINADO ORAL (ACO) E POTENCIAIS RISCOS DE EVENTOS VASCULARES: UM RELATO DE CASO.

  • Helena Silveira Brantes
  • Raisa Pontes Roma
  • Thaiza Rocha Barbosa

Abstract

Os anticoncepcionais orais combinados (ACO), representam um método contraceptivo hormonal de eficácia comprovada, com Índice de Pearl variante entre 0,3 a 0,8% e atuam promovendo a manutenção dos níveis hormonais de progesterona e estrogênio constantes, mediante a inibição do eixo hipotálamo-hipofisário, e assim impedindo o evento ovulatório. Todavia, estudos já comprovam que os mesmos aumentam o risco de repercussões vasculares e posterior trombose em suas usuárias, uma vez que o estrogênio altera a hemostasia, gerando um cenário de hipercoagulabilidade através do aumento de fatores da cascata de coagulação, fibrinogênio e protrombina, além de diminuírem a expressão de antitrombina III e proteína S, e de promover a resistência adquirida à proteína C ativada. Diante do exposto, o objetivo geral desta pesquisa foi de analisar clinicamente e correlacionar o relato de caso exposto com os conhecimentos sobre a temática através de uma revisão integrativa da literatura a respeito influência do uso de anticoncepcionais orais na incidência de eventos trombóticos, cuja coleta de dados foi realizada em Maio de 2022, nos idiomas português e inglês, nas bases de dados SciELO e PubMed/MEDLINE, utilizando como descritores anticoncepcionais orais, contraceptivos hormonais, eventos vasculares e trombose. Nesse estudo, relataremos o caso atendido na Clínica Médica CACI, clinica escola da Faculdade Redentor, no dia 04/05/2022. Paciente A.S.B, 21 anos, autônoma, natural de Itaperuna/RJ que iniciou o uso de ACO com as substâncias ativas o levonorgestrel e o etinilestradiol aos 13 anos de idade. Relata que mesmo em uso da medicação, engravidou aos 13 anos, e após a gestação retornou com a mesma. Paciente G1-P1-A0, cesárea. Nega patologias e alergias prévias. Sedentária, nega estilismo e tabagismo. Em relação ao histórico cirúrgico, paciente relatou apresentação de varizes grandes e profundas em ambos os membros inferiores, e já ter realizado cirurgia vascular com remoção da veia safena em membro inferior esquerdo no ano de 2018. Paciente foi a consulta relatando ter cessado o uso de ACO a cerca de 2 meses por desejo de nova gestação, mas ainda apresentava varizes em membros inferiores com indicação cirúrgica. À vista disso, diante do estudo do caso de A.S.B, além de evidenciarmos o potencial risco de trombose com o uso de ACO em mulheres sadias e em idade reprodutiva, sendo esse em maior escala no primeiro ano de uso e associado ao tipo e dose do estrogênio, enunciamos uma necessidade de melhora em educação em saúde publica a respeito da maior difusão de conhecimento em relação aos métodos contraceptivos hormonais e não hormonais como o DIU de cobre. Assim como, concluímos a importância da escolha contraceptiva adequada junto ao médico baseada em uma avaliação clínica correta que considere o risco-benefício e as contraindicações de uso para cada paciente de maneira individual.

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Published
2022-11-17
How to Cite
Silveira BrantesH., Pontes RomaR., & Rocha BarbosaT. (2022). USO DE ANTICONCEPCCIONAL COMBINADO ORAL (ACO) E POTENCIAIS RISCOS DE EVENTOS VASCULARES: UM RELATO DE CASO. Revista Interdisciplinar Pensamento Científico, 7(3). Retrieved from http://reinpec.cc/index.php/reinpec/article/view/923